Google x IA: um comparativo de relevância para SEO em 2025
- 17 set 2025
Durante anos, a presença digital das empresas girava em torno de uma única pergunta: como aparecer na primeira página do Google? Esse era o símbolo máximo de visibilidade online. Investir em SEO, produzir conteúdos com palavras-chave específicas, conquistar backlinks e otimizar cada meta tag era a receita do sucesso. Quem dominava os rankings tinha mais tráfego, mais autoridade e, consequentemente, mais vendas.
Essa lógica, embora ainda relevante, não é mais suficiente. A forma como as pessoas buscam informações na internet mudou radicalmente, e a inteligência artificial (IA) é a grande responsável por essa transformação. Hoje, além de competir nos resultados de busca tradicionais, as marcas enfrentam um novo desafio: garantir relevância também nas respostas mediadas por IA.
Como a inteligência artificial está mudando as buscas
As ferramentas de IA generativa, como o ChatGPT, o Gemini do Google e o Copilot da Microsoft, não apenas entregam links: elas formulam respostas completas, muitas vezes resumindo a informação de forma clara e direta. Isso altera completamente a dinâmica da busca.
Um estudo recente da Macfor analisou os 190 termos mais pesquisados em 2024 no Brasil e comparou os resultados exibidos na primeira página do Google com as fontes citadas pelo ChatGPT. O resultado foi surpreendente: o índice de sobreposição foi de apenas 0,056.
Em termos simples, quase não há coincidência entre o que aparece no Google e o que é usado pela IA em suas respostas. Isso mostra que os critérios de relevância são muito diferentes.
- Google: privilegia engajamento, popularidade e sinais técnicos de SEO.
- IA: valoriza credibilidade, confiabilidade e qualidade da fonte.
Essa mudança exige que as empresas repensem sua forma de construir presença digital.
Google x IA: um comparativo de relevância
O estudo revelou números que ilustram bem a diferença. No Google, os resultados privilegiam plataformas sociais:
- YouTube aparece em 26,1% dos resultados.
- Instagram, em 18,8%.
- TikTok, em 13,7%.
Já no ChatGPT, a lógica é outra:
- Wikipedia é citada em 38,9% das respostas.
- Infomoney e TSE aparecem em 11,1% cada.
Ou seja, enquanto no Google a popularidade e o alcance social pesam, na IA ganham destaque fontes institucionais, informativas e reconhecidas por sua credibilidade.
Essa mudança pode parecer sutil, mas suas consequências para as marcas são enormes.
O risco de depender apenas de SEO tradicional
Empresas que investiram fortemente em SEO tradicional podem estar mirando em um alvo que já não garante a mesma visibilidade de antes. Isso porque o tráfego orgânico gerado pelas buscas tende a diminuir quando o usuário encontra sua resposta diretamente na IA — sem necessidade de clicar em links.
Isso não significa que o SEO morreu. Mas o jogo mudou: não basta escrever para os algoritmos de busca, agora é preciso também escrever para modelos de linguagem.
Essa mudança traz dois aprendizados importantes:
- Conteúdos técnicos e confiáveis ganham mais relevância em IA do que textos superficiais criados apenas para ranquear.
- Bases de dados estruturadas, como Wikipedia e portais oficiais, aumentam as chances de uma marca ser citada em respostas de IA.
O impacto direto no marketing digital
A transição para buscas mediadas por IA muda não apenas o tráfego, mas também as métricas que usamos para avaliar o sucesso digital.
No modelo tradicional, a principal métrica era o número de visitas ao site. Com a IA, muitas vezes o usuário encontra tudo o que precisa na própria resposta. Isso significa que a informação é consumida sem necessariamente gerar um clique.
Nesse cenário, surgem novas perguntas:
- O que é uma estratégia digital bem-sucedida quando o tráfego não é mais o único indicador?
- Como medir a influência de uma marca em um ambiente onde as respostas substituem a navegação?
A resposta pode estar no fortalecimento da autoridade de marca. Ser citado por IA significa que sua empresa está validada como fonte confiável. Isso, a longo prazo, é um ativo tão valioso quanto estar bem ranqueado no Google.
O futuro será híbrido
Entre 2023 e 2025, o Google perdeu 8,4% de market share para o ChatGPT. Embora ainda seja o principal buscador do mundo, esse movimento mostra uma tendência clara: parte da atenção dos usuários está migrando para assistentes de IA.
O que podemos esperar para o futuro? Um cenário híbrido.
- O Google seguirá relevante, com foco em engajamento, tráfego e popularidade.
- A IA consolidará sua importância, priorizando precisão, confiabilidade e autoridade.
Para as marcas, isso significa que não há mais uma única estratégia vencedora. É preciso atuar em duas frentes complementares.
Como as marcas podem se adaptar
- Manter a base sólida de SEO tradicional
O SEO continua sendo essencial, principalmente para garantir presença nas buscas clássicas. Mas deve ser feito com qualidade, focando em experiência do usuário e conteúdo de valor. - Investir em credibilidade e autoridade
Estar presente em fontes como Wikipedia, relatórios setoriais, associações e bancos de dados oficiais aumenta a chance de ser citado por IA. - Produzir conteúdo aprofundado e útil
Textos superficiais e genéricos têm menos valor. É hora de investir em materiais que demonstrem expertise real e tragam dados concretos. - Explorar canais próprios
Como nem sempre o tráfego será direcionado ao site, é importante ter canais de relacionamento diretos, como newsletters, comunidades e aplicativos. - Monitorar como a marca aparece em IAs
Testar perguntas frequentes nos principais assistentes pode revelar se sua empresa já é citada — e por quais motivos.
A nova pergunta-chave
Se aA nova pergunta-chave: Google x IA
Historicamente, o marketing digital tinha uma métrica quase única de sucesso: a posição da marca no Google. Aparecer na primeira página significava tráfego, leads e vendas. SEO tradicional, backlinks, meta tags e conteúdos otimizados eram a receita básica.
Mas com o avanço da inteligência artificial e dos assistentes de linguagem (como ChatGPT, Gemini, Bard), surge um novo cenário: nem sempre o usuário precisa clicar em um link para consumir a informação. Muitas vezes, a resposta vem direto do assistente, resumida e pronta, sem necessidade de navegação.
Por isso, a nova pergunta que os gestores de e-commerce e marketing precisam fazer é:
“Como minha marca aparece quando alguém pergunta sobre meu setor a uma IA?”
O que isso significa na prática
- A autoridade da marca importa mais que o tráfego
Não basta estar bem posicionado no Google. A IA prioriza fontes confiáveis, com histórico de credibilidade, relevância e precisão. Se sua marca não estiver citada como referência, o usuário pode nem saber que você existe. - Conteúdo técnico e útil é prioridade
Diferente do SEO tradicional, que pode premiar conteúdo otimizado apenas para palavras-chave, a IA valoriza respostas completas, corretas e de fácil compreensão. Materiais educativos, guias, tutoriais e dados oficiais têm mais chance de aparecer nas respostas. - Canais próprios ganham importância
Como nem sempre haverá clique, ter newsletter, app, blog ou comunidade ajuda a capturar e nutrir o público que consome sua marca via IA. - Estratégia de dados estruturados e referências externas
Estar presente em bases reconhecidas, como Wikipedia, portais oficiais, infográficos citáveis, contribui para que a IA reconheça sua marca como referência.
Por que essa mudança é estratégica
- Dupla visibilidade: Google ainda importa (engajamento, volume de buscas), mas IA passa a definir a percepção de autoridade da marca.
- Impacto direto em vendas futuras: marcas citadas em respostas de IA constroem confiança antes do clique, o que aumenta a chance de conversão quando o usuário decide interagir.
- Nova forma de medir resultados: métricas de tráfego podem perder peso, enquanto métricas de menção, citação e autoridade digital ganham protagonismo.
Exemplo prático
Imagine que você tem uma loja de móveis. Um usuário pergunta à IA: “Qual loja tem os melhores móveis de luxo no Brasil?”
- Se você não tiver conteúdos, menções ou dados estruturados, a IA pode citar apenas concorrentes ou fontes institucionais.
- Mesmo que você esteja na primeira página do Google, sua marca pode nem aparecer na resposta da IA.
Portanto, a disputa não é mais só por posição, é por citação, relevância e autoridade.
Conclusão
A disputa pela relevância na internet nunca foi estática. Do surgimento dos blogs à ascensão das redes sociais, cada etapa exigiu novas estratégias. Agora, com a inteligência artificial, vivemos mais uma virada de chave.
As marcas que reconhecerem esse cenário híbrido — onde engajamento e autoridade andam lado a lado — estarão melhor posicionadas para manter relevância.
O futuro não será apenas sobre quem aparece primeiro no Google, mas também sobre quem é lembrado e citado pelas inteligências artificiais. E essa adaptação precisa começar agora.
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FAQ
1. O que mudou na disputa pela relevância digital?
A relevância na internet não é mais definida apenas pelo Google. Inteligências artificiais, como ChatGPT e Gemini, agora priorizam credibilidade e precisão das informações, além do engajamento tradicional.
2. Qual a diferença entre resultados do Google e respostas de IA?
O Google privilegia popularidade e engajamento em redes sociais, enquanto a IA prioriza fontes confiáveis e institucionais, como Wikipedia e portais oficiais.
3. Como isso afeta minha estratégia de SEO?
O SEO continua importante, mas não é mais suficiente. Marcas precisam produzir conteúdo técnico, confiável e estar presentes em bases reconhecidas para serem citadas por IA.
4. Por que ser citado por uma IA é vantajoso?
Estar presente nas respostas de IA aumenta a autoridade da marca, constrói confiança e garante visibilidade mesmo sem cliques diretos, impactando decisões de compra.
5. Como adaptar minha marca para esse novo cenário?
Invista em conteúdos confiáveis, dados estruturados, presença em fontes institucionais, canais próprios e monitoramento de menções em assistentes de IA para maximizar relevância digital.