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  • 10 dez 2025

Clima e mudança de hábitos freiam vendas no varejo

O consumo no varejo alimentar registrou queda em outubro: segundo dados do Radar Scanntech, as vendas caíram 3,6% em unidades na comparação com o mesmo mês do ano anterior. (E-Commerce Brasil) Esse recuo reflete os efeitos combinados de clima ameno, aumento de preços e uma transformação no perfil do consumidor.

Clima mais frio e menor demanda por bebidas e indulgências

Com temperaturas mais baixas, produtos tipicamente associados ao calor, como sorvetes, bebidas refrescantes e protetor solar, tiveram forte retração. Também houve queda nas vendas de bebidas alcoólicas e não alcoólicas — bebidas representam boa parte da retração nacional.

Além disso, itens considerados indulgência — chocolates, biscoitos, balas, snacks — também caíram, contribuindo de modo significativo para o declínio nas unidades vendidas.

Consumidor mais consciente: saudabilidade em foco

O cenário revela uma mudança de hábitos: cresce a procura por produtos com apelo “saudável” e consciente, em detrimento das indulgências. (Abras) Essa tendência acompanha uma postura mais criteriosa do consumidor, atento a preços e qualidade ao montar sua cesta de compras.

Estudos recentes mostram que a busca por saúde, bem‑estar e alimentos com melhor perfil nutricional — menos açúcar, menos gorduras ruins, mais fibras, grãos integrais, frutas, vegetais — ganha força entre os brasileiros. Essa transição não é apenas um modismo: reflete maior preocupação com saúde, longevidade e qualidade de vida, e tem impacto real nas escolhas do consumidor.

Variação entre canais e categorias

Nem todos os segmentos do varejo sofreram do mesmo jeito: supermercados mostraram resiliência, com recuo menor nas unidades vendidas e crescimento no faturamento. Já os atacarejos enfrentaram queda mais acentuada, pois dependem fortemente de volume e ticket médio.

Por outro lado, algumas categorias escaparam da retração: por exemplo, produtos ligados à “saudabilidade” e itens básicos de mercearia tiveram menor queda — ou até estabilidade — o que sugere que, mesmo em retração geral, há nichos com bom desempenho.

O que essa mudança diz sobre o futuro do varejo alimentar

Esse movimento evidencia que o varejo alimentar enfrenta um momento de transição. Clima, preços e hábitos renovados se somam para redefinir o que o consumidor entende por valor. Para acompanhar essa nova realidade, varejistas precisam repensar sortimento, mix de produtos, e até estratégias de marketing — com foco em saudabilidade, qualidade e relevância.

Em resumo: o varejo alimentar já não vende como antes — e quem quiser se destacar terá de entender que vender hoje é vender menos “volume” e mais “propósito e sensatez”.


Por que essa desaceleração em 2025? Principais fatores

Para entender os números — e mais importante: o comportamento por trás dos números — vale dissecar os fatores que contribuíram para a queda no consumo. Vamos a eles:

1. Pressão de preços e inflação alimentar

Os preços dos alimentos seguem pressionados em 2025. Em diversos grupos — como proteínas, bebidas, café, carnes — os aumentos de custo têm sido repassados ao consumidor, o que provoca ajuste no consumo.

Esse cenário força o consumidor a rever suas escolhas: reduz volume, descarta indulgências ou busca alternativas mais econômicas. A inflação e o orçamento apertado, portanto, limitam a disposição para gastos supérfluos.

2. Sazonalidade e clima — impacto direto nas categorias quentes

Setembro, outubro e meses seguintes marcaram temperaturas mais amenas em 2025, comparadas ao ano anterior. Itens ligados ao calor, como bebidas refrescantes, refrigerantes, cervejas, sorvetes, etc., perderam relevância — e com isso, puxaram para baixo o desempenho em volume do varejo alimentar.

Além disso, problemas sanitários em algumas regiões (como intoxicações por metanol em bebidas destiladas) contribuíram para queda forte nas vendas desses produtos.

A sazonalidade, geralmente subestimada, provou ter efeito real no comportamento de compra — e mostra que o varejo precisa entender a estação do ano como variável estratégica.

3. Mudança de comportamento e estilo de vida do consumidor

O perfil do consumidor brasileiro está mudando: há crescente preocupação com saúde, bem‑estar, qualidade da alimentação.

Dois grupos se destacam nesse contexto:

  • Consumidores mais conscientes: optam por alimentação saudável, equilibrada, frutas, vegetais, grãos integrais, menos alimentos processados.
  • Consumidores “funcionais‑pragmáticos”: buscam equilíbrio entre funcionalidade e prazer — por exemplo, alimentos proteicos com perfil nutricional, mas sem abandonar sabor.

Esse movimento de mudança de hábitos — que já vinha crescendo — ganhou força em 2025, e se reflete diretamente nas vendas: indulgências caem; produtos saudáveis, mesmo com preço mais alto, ganham relevância.

4. Crescimento do canal “atacarejo” e reorganização da estrutura de varejo

Nos últimos anos, o formato de atacarejo — que mistura atacado e varejo — ganhou participação de mercado no Brasil, com vantagem de preço e volume. (McKinsey & Company) Essa transição estrutural tem impacto na dinâmica de vendas e comportamento de compra.

Mas mesmo esse canal não é imune à desaceleração: quando o consumidor ajusta o volume ou reduz indulgências, mesmo o atacarejo sente o impacto.

5. Maior seletividade e racionalização do consumo

Com renda apertada, inflação e incertezas econômicas, o consumidor se torna mais seletivo: revisa a lista de compras, prioriza itens essenciais, compara preços, busca promoções, e evita “gastos por impulso”. (Fonte: SuperVarejo)

Esse comportamento mais racional — embora forçado pelas circunstâncias — tende a se consolidar, alterando de forma duradoura os padrões de consumo.


Quais lições o varejo alimentar deve extrair desse momento

Para os varejistas, produtores e quem atua no setor alimentício, os resultados recentes trazem vários aprendizados que podem orientar a adaptação estratégica. Veja alguns deles:

Diversificar o mix de produtos com foco em saudabilidade e valor real

Investir em produtos com apelo saudável — grãos integrais, frutas, vegetais, opções plant‑based, alimentos funcionais — pode ser uma forma de se alinhar à nova demanda do consumidor.

Além disso, oferecer produtos “valor pelo dinheiro” — essenciais, com bom custo-benefício, de qualidade — tende a atrair consumidores mais conscientes e econômicos.

Ajustar estratégias de precificação e promoções conforme o comportamento do consumidor

Com preços em alta, promoções, descontos, pacotes econômicos e programas de fidelidade podem ajudar a manter o volume de vendas. Isso se torna ainda mais importante para categorias mais sensíveis ao preço.

Reavaliar sazonalidade e mix conforme estação do ano

A sazonalidade — clima, temperatura — tem demonstrado grande impacto nas vendas. Entender os padrões regionais e sazonais é fundamental para ajustar o mix, promoções e campanhas de marketing.

Investir em diferentes formatos de loja e canais — mas com estratégia adaptada

O crescimento do formato atacarejo mostra que há demanda por preço mais competitivo e volume. Mas isso não elimina a importância de formatos tradicionais — supermercados e redes menores — que podem ganhar com bom atendimento, proximidade e mix diversificado. (McKinsey & Company)

Focar no perfil do “novo consumidor”: consciente, seletivo e exigente

O consumidor de hoje busca mais do que preço: busca saúde, qualidade, transparência, e valor agregado. Quem souber comunicar essas qualidades — com clareza e autenticidade — tenderá a se destacar.


Cenários e projeções: o que esperar para o varejo alimentar nos próximos meses

Com base nas tendências recentes e nas dinâmicas do mercado, podemos antecipar alguns cenários para os próximos meses.

Cenário 1 — Consolidação da desaceleração, com adaptação gradual

  • O consumo continua recuado ou estabiliza em patamar inferior ao de anos anteriores.
  • Os varejistas que se adaptarem — com mix focado em essenciais e saudáveis — seguram parte da demanda, especialmente em segmentos como mercearia básica, alimentos frescos e saudáveis.
  • Formatos de atacarejo e promoções ganham relevância.
  • A sazonalidade volta a influenciar fortemente o consumo (clima, oferta agrícola, inflação).

Cenário 2 — Retomada lenta com consumo consciente

  • Se a inflação for controlada, e se a renda do consumidor se recuperar, pode haver retomada — mas com perfil diferente: menos volume de indulgências, mais foco em qualidade e saúde.
  • Varejistas que apostarem em comunicação de valor (saudabilidade, sustentabilidade, transparência) podem conquistar consumidores mais fiéis.
  • Produtos “premium acessíveis” e itens funcionais têm espaço para crescer.

Cenário 3 — Choques externos transformam o jogo

  • Se fatores como clima, oferta agrícola, crise econômica ou inflação persistente se agravarem, o varejo pode enfrentar nova onda de retração.
  • Nesse contexto, cortes estratégicos, mix racionalizado, e foco em eficiência logística serão fundamentais.
  • A diferenciação através de serviços — entrega, proximidade, conveniência — pode fazer a diferença.

Por que essa tendência não é apenas passageira — e o que muda no longo prazo

A desaceleração do consumo no varejo alimentar não é apenas um “baque de curto prazo”. Mais do que isso, revela uma mudança estrutural no comportamento do consumidor e no próprio perfil do varejo.

  • A preocupação com saúde, bem‑estar e alimentação consciente tende a se consolidar com o tempo. Isso muda a forma como o setor precisa estruturar seu mix.
  • A sazonalidade e fatores climáticos ganham maior relevância como variáveis de negócio — obrigando maior planejamento logístico, previsibilidade e flexibilidade.
  • O papel do preço e da relação custo-benefício se torna central, mas não como único fator: qualidade, valor real, propósito e percepção passam a contar tanto quanto preço.
  • A competição entre formatos (atacarejo, supermercados, pequenas redes, lojas regionais) se intensifica — quem souber se adaptar, segmentar e se diferenciar tem chance de ganhar.
  • O marketing passa a ter novo papel: comunicar valor, qualidade, benefícios para saúde, sustentabilidade — fatores que ressoam com o consumidor consciente.

Em outras palavras: quem quer sobreviver e crescer no varejo alimentar pós‑2025 precisa enxergar além da “venda em volume”. Precisa pensar em valor, propósito, e relação real com o consumidor.


FAQ — Perguntas Frequentes

1. Por que o consumo no varejo alimentar caiu em outubro de 2025?
A queda de 3,6% nas unidades vendidas foi causada por uma combinação de fatores: preços 5% mais altos, redução de 2,6% no fluxo de consumidores e diminuição da demanda por produtos sazonais como bebidas e indulgências, motivada por clima mais ameno.

2. Quais categorias mais puxaram essa queda nas vendas?
Bebidas (refrigerantes, cervejas, destilados) representaram cerca de 55% da retração em volume. Produtos “indulgentes” — chocolates, snacks, biscoitos, balas — contribuíram com mais 20%.

3. A desaceleração atinge todo o varejo alimentar igualmente?
Não. Redes de atacarejo, supermercados e pequenos varejistas sofreram de formas diferentes. O atacarejo, embora competitivo em preço, também sentiu a queda quando há retração no volume ou mudança de hábitos. Quem investiu em mix ajustado e produtos essenciais ou saudáveis teve menor impacto.

4. Esse movimento de desaceleração é apenas sazonal ou reflete mudança nos hábitos dos consumidores?
É uma combinação. Parte pela sazonalidade — clima mais frio reduz consumo de bebidas e indulgências — e parte por mudança de hábito: consumidor mais consciente, mais seletivo, mais preocupado com saúde, qualidade e custo-benefício. A tendência é que esse perfil torne-se estrutural.

5. O que varejistas devem fazer para se adaptar?
R eformular o mix de produtos para incluir mais itens saudáveis e essenciais; ajustar preços e investir em promoções ou pacotes de valor; considerar sazonalidade na gestão de estoque e ofertas; investir em comunicação que valorize saúde, qualidade e custo-benefício. Também vale explorar diferentes formatos de loja e canais de venda (atacarejo, proximidade, omnicanalidade).

6. Há espaço de crescimento em alguma categoria, mesmo com a desaceleração?
Sim. Produtos ligados à alimentação saudável, frescos, funcionais — frutas, vegetais, grãos integrais, alimentos plant‑based — tendem a crescer. Também há demanda por produtos de mercearia básica e itens de valor acessível, especialmente para consumidores mais conscientes.


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Mudar não é opcional, é essencial

O recuo nas vendas em outubro de 2025 não é apenas um dado isolado: é o retrato de um varejo em transição, moldado por fatores econômicos, climáticos e, sobretudo, por uma mudança profunda no comportamento do consumidor. O comprador de ontem — mais impulsivo, consumista, focado em volume — está, cada vez mais, sendo substituído por um consumidor consciente, seletivo, exigente com preço, qualidade e saúde.

Para o varejo no geral, a mensagem é clara: não basta estocar produtos e esperar que vendam. É preciso repensar mix, preços, canais, comunicação e — acima de tudo — propósito.

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10 dez 2025